O vinho e a arte de fazer bons vinhos é algo herdado em território português há mais de 4000 anos! Trazidas foram as cepas por gregos, fenícios e outros povos que por cá passaram e aportaram.
Existem três sensibilidades fundamentais para se saber minimamente apreciar um bom vinho: a visão, o olfacto e o gosto.
A arte de degustação e apreciação de vinhos é acessível a todos, esses sentidos são idênticos. No caso dos vinhos temos que treinar especificamente esses mesmos sentidos.
Para além de uma degustação adequada, existem outros procedimentos que maximizam o prazer de beber um bom vinho.
Proporcionar às garrafas as melhores condições de armazenamento dos vários tipos de vinho, a escolha dos copos, o decantador a utilizar, alguns acessórios básicos como o termómetro, e a verificação da temperatura correcta para a prova são rituais que permitem extrair de um vinho um prazer ainda maior.
Para um correto armazenamento dos vinhos, a adega, ou local de guarda, deve ter uma temperatura entre os 10 e 13ºC (condições ideais), além de que devem ser evitadas variações térmicas. A luz deve ser minimizada, uma vez que afecta, essencialmente, os vinhos brancos. A humidade deve ser mantida entre os 70 a 80%. Valores mais elevados promovem a deterioração das rolhas, rótulos e caixas, enquanto os valores inferiores podem originar rolhas secas. A ventilação e a limpeza são essenciais para evitar cheiros que se podem materializar em fungos e outros cheiros que possam afectar o vinho através da rolha. A posição de repouso para vinhos de reserva servirá para manter a rolha húmida, lembrando que este tipo de vinhos acumulará partículas sólidas que posteriormente deverão ser decantadas.
A escolha de um copo adequado faz parte do ritual de provar e beber vinho. Copos lisos, sem riscos, transparentes, finos e de extremidades viradas para dentro (para uma melhor retenção de aromas) devem ser os prediletos. Regra geral, um copo deve ser grande mas nunca deve levar vinho acima de um terço da sua capacidade. Assim existirá espaço para circulação do vinho e libertação de aromas. No caso dos vinhos brancos, o copo poderá ser menor.
Quando um vinho serve de acompanhamento a um prato, devem ser tidos em conta outros rituais. Com aperitivos, os clássicos incluem vinhos com baixo teor alcoólico e devem ser servidos frios. Portos brancos, Moscatel bem fresco e espumantes secos servem perfeitamente este propósito. Para mariscos, aconselham-se os brancos, especialmente os secos, pois respondem melhor ao salgado e sabor a iodo. São também os brancos os eleitos para acompanhar o peixe. Se for peixe frito deve preferir um branco de boa acidez e seco, já se for assado deverá escolher um branco encorpado, subtil e delicado. Com as carnes, a complexidade dos tintos é receita certa embora existam combinações que dependem do tipo de carne.
No que diz respeito a sobremesas e queijos, o tipo de vinho tem um papel preponderante. Os espumantes semi-secos ou os licorosos são boas opções, rematadas com uma boa escolha dos graus de doçura, de forma a manter o equilíbrio e o contraste. Com queijos, pretende-se sempre o melhor acompanhante já que o sal do queijo realça sempre o vinho. Queijos picantes pedem vinhos ligeiros e refrescantes, queijos intensos como o de cabra querem tintos encorpados ou mesmo um Porto.
Venha aprender tudo isto e muito mais, enquanto degusta um bom vinho num ambiente tranquilo e no meio da natureza.